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Xi, Deu zebra
Xilogravura, Nino Soares

Xi, deu zebra

A xilogravura "Xi, deu zebra" apresenta uma cena de humor e crítica por meio de uma charge visual. No centro da composição, uma zebra senta-se dentro de uma carroça, enquanto um homem, que deveria ser o condutor, acaba puxando o veículo no lugar do animal. O contraste inusitado da situação cria uma inversão de papéis, gerando uma leitura cômica e irônica.

A expressão popular "Deu zebra" – amplamente difundida nos anos 80 e 90 em um programa de loteria esportiva – aqui nessa gravura é reforçada pela cena absurda, onde a zebra, em vez de puxar a carroça, se torna passageira e faz o carroceiro realizar o esforço. O homem, representado com um chapéu e vestes simples, transmite uma expressão de esforço e surpresa diante da situação.

Ao fundo, um cenário rural se desenha com casas de telhado inclinado, cercas de madeira e palmeiras, compondo um ambiente típico de regiões interioranas. No céu, um sol radiante ilumina a paisagem, enquanto as linhas expressivas conferem dinamismo à cena.

Dentro da carroça, além da zebra sentada confortavelmente, há também uma mulher segurando um leque, o que adiciona um elemento extra de humor e crítica. A cena brinca com a inversão das expectativas, utilizando a xilogravura como meio para transmitir uma crítica bem-humorada sobre papéis sociais e situações inusitadas.

Outras obras do projeto
Negra do cabelo black
Xilogravura, Nino Soares

Negra do Cabelo Black

A xilogravura Negra do Cabelo Black presta homenagem ao Hip Hop e aos principais gêneros musicais brasileiros, criando uma fusão visual entre a cultura urbana e as raízes musicais do país. No centro da composição, destaca-se o perfil de uma mulher negra com cabelo black power, adornado com um brinco grande e um acessório floral, símbolo de força e identidade.

A palavra Hip Hop emerge por trás das montanhas, integrando-se organicamente ao cenário urbano, onde prédios e casas formam uma paisagem que representa a cidade. A fusão entre o ambiente urbano e rural é evidenciada pela presença de colinas, pequenas construções e um rio em primeiro plano, criando uma ponte visual entre diferentes territórios culturais.

No fundo, diversos gêneros musicais estão escritos ao redor do círculo que emoldura a figura principal, representando a riqueza e a diversidade da música brasileira. Entre os estilos citados estão o Rap, Samba, Forró, MPB, Axé, Choro, Bossa Nova, Rock, Pagode, Funk, Xaxado, Tropicalismo, Black Music, Baião e Capoeira, demonstrando a interconexão entre o Hip Hop e outras expressões musicais que compõem a identidade sonora do Brasil.

A composição acentua a ideia de que o Hip Hop não surge isolado, mas se mistura às influências culturais do país, dialogando com ritmos que atravessam gerações e territórios. A xilogravura, com seus traços expressivos e forte contraste entre os tons preto e branco, traduz essa celebração da música como elemento de identidade, resistência e pertencimento.

Oração pela paz
Xilogravura, Nino Soares

Oração pela Paz

A imagem apresenta uma figura deum homem em um momento de fé. Com os olhos fechados e as mãos unidas em posição de oração, a personagem transmite um sentimento de esperança e devoção.

Seu rosto sereno e os detalhes de suas vestes, ricamente trabalhados, remetem a uma conexão com tradições populares e simbologias culturais. Um sol alaranjado aparece no canto superior esquerdo, irradiando luz, enquanto aves em voo reforçam a ideia de transcendência e liberdade.

O fundo da composição é adornado com estrelas e setas, elementos que evocam proteção e um direcionamento espiritual. O traço expressivo da xilogravura enfatiza a emoção da cena, tornando a imagem um poderoso símbolo de fé, resistência e desejo por tempos melhores.

A obra "Oração pela Paz", assinada por Nino, sugere um apelo coletivo por harmonia e um futuro mais justo, ecoando sentimentos universais de esperança e paz.

Espelho futurista 2
Xilogravura, Nino Soares

Espelho Futurista 2

A xilogravura apresenta um jovem que se observa em um espelho enquanto fuma um cigarro. Sua expressão é descontraída, com um leve sorriso no rosto, e ele parece não perceber a consequência de seu hábito. No reflexo, porém, sua imagem é deformada, remetendo ao famoso quadro O Grito, de Edvard Munch. O rosto no espelho aparece angustiado, com a boca aberta em um gesto de horror, os olhos vazados e a fumaça ao redor reforçando o efeito dramático da cena.

Na parte inferior da imagem, um maço de cigarros estilizado aparece deitado, com três cigarros visíveis. A fumaça densa sobe e se espalha pelo espaço, criando uma conexão visual entre a figura real e sua representação no espelho.

A obra faz parte de uma série que questiona as consequências das escolhas feitas no presente e como elas moldam o futuro. Aqui, a crítica social se volta para o tabagismo, sugerindo que o consumo contínuo pode levar a um destino indesejado. O uso do reflexo distorcido intensifica a mensagem, tornando-a impactante e provocativa.

Espelho futurista 1
Xilogravura, Nino Soares

Espelho futurista 1

A xilogravura em preto e branco apresenta uma cena com tom de humor e reflexão, abordando as consequências do alcoolismo e do uso do cigarro. Ao lado direito, uma figura humana está retratada com expressão desleixada, segurando uma garrafa em uma mão e um cigarro na outra.

Vestindo uma camisa preta com detalhes claros, calças e tênis, o personagem apresenta um ar de descuido e embriaguez. O chapéu que usa adiciona um elemento visual interessante, enquanto sua postura inclinada transmite a ideia de desequilíbrio, reforçada pelas linhas ao redor das garrafas, que sugerem que ele está derramando a bebida, incapaz de manter o controle.

À esquerda, o espelho reflete a imagem do mesmo personagem: o reflexo mostra uma caveira, deixando à mostra seus ossos e calçando os mesmos tênis. Esse detalhe traz um contraste engraçado, ao mesmo tempo que reforça a seriedade da mensagem. A caveira também segura uma garrafa e um cigarro, replicando as ações do personagem, mas com um tom de alerta explícito sobre os efeitos do uso contínuo de substâncias prejudiciais.

O ambiente é complementado por um piso quadriculado em preto e branco, que remete à confusão e desordem, além de sugerir um espaço fechado e sufocante. A parede ao fundo é formada por linhas horizontais interrompidas por marcas em forma de "X", que trazem um tom mais dramático e de perigo à cena, simbolizando as consequências do abuso de álcool e tabaco.

Linhas sinuosas representam a fumaça que sobe dos cigarros dos dois personagens, reforçando a presença constante e persistente do vício. A composição geral utiliza contrastes intensos e formas expressivas para comunicar de forma clara os perigos físicos e psicológicos associados ao uso de substâncias como álcool e cigarro. O tom humorístico, somado ao dramático, cria um equilíbrio que atrai a atenção e provoca reflexão, destacando a mensagem de conscientização da obra.

Basquete de Improviso

A xilogravura em preto e branco, intitulada Basquete de Improviso, retrata uma cena lúdica e criativa à beira-mar. No lado esquerdo da composição, um coqueiro domina a paisagem, com suas folhas curvas e imponentes. Logo abaixo, uma vegetação rasteira complementa o cenário natural. Um detalhe curioso e inventivo se destaca: um aro de basquete improvisado está preso ao tronco do coqueiro, sugerindo um uso inesperado da árvore para a prática esportiva.

No centro da cena, o mar se estende ao fundo, marcado por ondas que dão movimento à imagem. Um pequeno barco navega ao longe, reforçando o ambiente praiano. No alto, um sol brilhante com raios intensos ilumina a composição, acentuando a vivacidade do cenário.

À direita, um personagem aparece em ação. Usando boné, camiseta listrada, shorts e tênis, ele segura um coco verde com um canudo, preparando-se para arremessá-lo em direção ao aro, como se fosse uma bola de basquete. Seu corpo inclinado e seus braços erguidos indicam concentração e esforço na tentativa do arremesso. Atrás dele, um cacho de cocos reforça a ambientação tropical.

Abaixo do aro, o chão apresenta linhas sinuosas que sugerem os movimentos da areia, acrescentando dinamismo à cena. A obra transmite um tom divertido e imaginativo, exaltando a criatividade ao transformar elementos naturais em uma brincadeira esportiva.

O repentista
Xilogravura, Nino Soares

O repentista

A xilogravura em preto e branco apresenta um músico sentado em um ambiente natural, compondo uma cena serena e rica em detalhes. Ao centro, a figura masculina segura um violão, com traços que destacam sua expressão concentrada e a harmonia da pose. Ele usa um chapéu ornamentado e veste roupas listradas, que reforçam a estética popular e regional da obra.

No canto superior direito, um grande sol espiralado ilumina a composição, criando uma conexão visual com a natureza ao redor. À esquerda, galhos de uma árvore sem folhas se estendem em curvas sinuosas, acompanhados de aves que voam ou repousam nos ramos, trazendo vida à cena. O chão, marcado por linhas onduladas e elementos de vegetação, sugere um ambiente campestre próximo a um rio ou lago, indicado pelas linhas que cruzam horizontalmente a parte inferior da obra.

As texturas do fundo, combinadas com os elementos naturais e as formas do músico, são cuidadosamente estilizadas, criando contraste entre preto e branco e destacando os contornos expressivos. O uso da inversão típica da xilogravura acrescenta uma camada de abstração, amplificando a força visual da composição.

A obra celebra a música como elemento central da cultura popular, conectando o artista ao ambiente natural e enfatizando a relação simbiótica entre arte, cotidiano e tradição. Em conjunto com a xilogravura anterior, essa peça reforça a narrativa visual de celebração da vida e da expressão artística.

Xi, Deu zebra
Xilogravura, Nino Soares

Xi, deu zebra

A xilogravura "Xi, deu zebra" apresenta uma cena de humor e crítica por meio de uma charge visual. No centro da composição, uma zebra senta-se dentro de uma carroça, enquanto um homem, que deveria ser o condutor, acaba puxando o veículo no lugar do animal. O contraste inusitado da situação cria uma inversão de papéis, gerando uma leitura cômica e irônica.

A expressão popular "Deu zebra" – amplamente difundida nos anos 80 e 90 em um programa de loteria esportiva – aqui nessa gravura é reforçada pela cena absurda, onde a zebra, em vez de puxar a carroça, se torna passageira e faz o carroceiro realizar o esforço. O homem, representado com um chapéu e vestes simples, transmite uma expressão de esforço e surpresa diante da situação.

Ao fundo, um cenário rural se desenha com casas de telhado inclinado, cercas de madeira e palmeiras, compondo um ambiente típico de regiões interioranas. No céu, um sol radiante ilumina a paisagem, enquanto as linhas expressivas conferem dinamismo à cena.

Dentro da carroça, além da zebra sentada confortavelmente, há também uma mulher segurando um leque, o que adiciona um elemento extra de humor e crítica. A cena brinca com a inversão das expectativas, utilizando a xilogravura como meio para transmitir uma crítica bem-humorada sobre papéis sociais e situações inusitadas.

A repentista
Xilogravura, Nino Soares

A repentista

A xilogravura em preto e branco retrata uma figura feminina sentada à esquerda, em um ambiente natural rico em detalhes estilizados. A mulher, vestida com roupas ornamentadas e cabelo comprido adornado por uma faixa, segura um pequeno pandeiro decorado com motivos circulares. O instrumento apresenta no centro o desenho de um olho, que parece simbolizar introspecção ou vigilância.

Acima da mulher, um grande sol com raios espirais domina o canto superior esquerdo, conferindo uma atmosfera radiante e quase mística à composição. À direita, galhos de uma árvore desfolhada se estendem, criando um contraste fluido com as formas curvas e dinâmicas dos raios solares. Entre os galhos, várias aves aparecem em voo ou empoleiradas, reforçando o tom poético da cena.

O chão é representado por linhas onduladas e formas que sugerem vegetação rasteira e arbustos. No canto inferior direito, padrões verticais evocam a presença de gramíneas ou caniços, indicando um cenário próximo a um rio ou lago, sugerido pelas linhas sinuosas que cortam o centro da imagem.

A composição utiliza o contraste entre preto e branco para criar um equilíbrio visual entre os elementos naturais e a figura central, ao mesmo tempo em que transmite um senso de calma, celebração e conexão com a natureza. A obra combina simbolismo e simplicidade, características marcantes da arte popular, evocando tanto a musicalidade quanto a espiritualidade do cotidiano.

capoeira
Xilogravura, Nino Soares

Capoeira

A xilogravura em preto e branco retrata um jogo de capoeira, capturando a interação fluida entre dois capoeiristas em um espaço urbano estilizado. No centro da imagem, duas figuras humanas jogam capoeira sobre um piso de calçada com padrões geométricos característicos, representados em linhas e texturas que reforçam o contraste entre preto e branco.

A figura à esquerda está de cabeça para baixo, apoiada nas mãos, com as pernas estendidas para o alto em uma postura acrobática que transmite equilíbrio e domínio técnico. À direita, outra figura inclina-se para frente, com uma perna estendida para trás e o braço esquerdo projetado à frente, sugerindo um movimento dinâmico de ataque ou defesa, típico do jogo de capoeira.

Acima das figuras, a palavra "Capoeira" está escrita em diagonal com letras expressivas, reforçando o movimento circular que é central na prática. Logo abaixo, um berimbau estilizado atravessa a composição, também em diagonal, criando uma conexão visual entre o texto e os jogadores. Esse instrumento, além de simbolizar o ritmo e a música essenciais na capoeira, forma uma estrutura gráfica com quadros que integram o design da obra.

O chão, com seus padrões geométricos, delimita o espaço do jogo, enquanto a composição geral reflete a espontaneidade e o simbolismo da arte popular. A obra celebra a capoeira como uma expressão cultural enraizada na história brasileira, unindo movimento, música e contexto urbano em uma representação harmônica e dinâmica.

Capoeira não tem cara
Xilogravura, Nino Soares

Capoeira não tem cara

A obra é uma xilogravura popular em preto e branco que retrata uma cena dinâmica de capoeira, capturando o movimento fluido e a interação entre dois capoeiristas em um espaço abstrato e simbólico.

No centro da imagem, duas figuras humanas jogam capoeira em um espaço delimitado por formas geométricas. A figura à esquerda está prestes a executar um golpe característico, como uma meia-lua de compasso ou armada. Com uma perna levantada e o tronco inclinado, ela equilibra-se com os braços abertos, sugerindo o início de um movimento circular. A figura à direita responde com uma esquiva fluida, apoiando-se no chão com as mãos enquanto gira o corpo. Suas pernas estão no ar, indicando que ela está em transição para retornar à posição ereta após evitar o ataque. Essa interação ilustra a troca contínua entre ataque e defesa, típica do jogo de capoeira.

O espaço ao redor é delimitado por formas ovais geométricas que simbolizam o chão de maneira abstrata. No centro dessas formas, um padrão de pequenos triângulos sugere uma área específica para o jogo, trazendo uma sensação de ordem dentro da composição dinâmica. Não há uma linha do horizonte, e o chão e o céu se misturam, criando uma continuidade entre os planos terrestres e celestiais, reforçando a ideia de liberdade e fluidez.

Elementos secundários enriquecem a composição. No canto superior esquerdo, um círculo simples representa a lua, indicando que a cena ocorre ao ar livre. À direita, um berimbau flutua no ar, simbolizando o ritmo e a música, elementos essenciais na capoeira. Esse instrumento, além de ser uma parte fundamental do jogo, adiciona um toque de abstração e simbolismo à obra.

A xilogravura utiliza contrastes fortes entre preto e branco para destacar os elementos principais e criar texturas. As figuras são representadas de maneira simplificada, sem uma perspectiva realista, características marcantes da arte popular. O berimbau flutuante e a ausência de divisões claras entre o chão e o céu ampliam a sensação de movimento contínuo e de integração entre o ambiente e os capoeiristas.

A obra celebra a capoeira como uma prática cultural e espiritual, unindo ataque, defesa, música e simbolismo em uma composição harmônica. Com sua linguagem espontânea e abstrata, a xilogravura captura a essência do jogo de capoeira, destacando sua fluidez, ritmo e liberdade.

O lazer de Half

O Lazer de Half

A obra é uma xilogravura popular em preto e branco que retrata a energia do universo do skate e do hip-hop.

No centro da imagem, destaca-se uma rampa de skate curvada, com pequenas muretas de proteção nas laterais. Sobre a rampa, diversos personagens interagem em poses dinâmicas, criando um ambiente de animação. Do lado esquerdo da rampa, uma figura com cabelos longos e um chapéu segura uma corrente, transmitindo uma atitude confiante.

No centro, dois personagens realizam manobras; um deles, usando boné e camiseta com estrela, acaba de descer a rampa e segue para a subida, enquanto o outro equilibra o skate na quina do final da rampa, demonstrando habilidade e controle.

Na lateral da rampa, as palavras "GalVL" e "Nino" estão grafitadas com letras estilizadas, remetendo à estética dos grafites urbanos. "Nino" é a assinatura do xilógrafo.

Acima, no céu, um grande sol irradia seus raios, iluminando a cena, e um pássaro com um skate nos pés desliza pelo espaço, trazendo um toque de fantasia e criatividade à composição.

No primeiro plano, à frente da rampa, vemos dois personagens em destaque. À direita, um deles segura um skate, enquanto à esquerda, outro personagem, de boné, mochila e fones, está iniciando uma manobra. Entre eles, um skate está solto no chão, como parte do cenário.

No canto inferior esquerdo, há a representação de duas caixas de som, reforçando a conexão com a música e o ritmo. À direita, um skate adicional aparece encostado no chão. O terreno ao redor é acidentado, com grama alta e um solo ondulado, que complementam o cenário.

A xilogravura captura a energia e o dinamismo da cultura de rua, unindo elementos do hip-hop, do skate e da expressão artística urbana em uma composição vibrante e cheia de movimento.

o repente e o Hip hop

O Repente e o hip Hop

A obra é uma xilogravura popular em preto e branco e com traços expressivos. No palco, à esquerda, dois repentistas com chapéus típicos nordestinos tocam violas diante de microfones. Acima deles, um grande sol emite raios intensos, iluminando toda a cena e destacando a energia da apresentação.

Do lado direito do palco, três rapers interagem de maneira animada. Um deles, mais à frente, faz parte da plateia e se destaca pelo boné, a mochila e uma atitude festiva, mostrando entusiasmo pela apresentação. Os outros dois personagens representam o grupo de rapers em competição com os repentistas, simbolizando uma batalha musical entre os dois estilos.

No primeiro plano, dois dançarinos dão vida a uma apresentação de dança de rua em um tablado quadriculado. Um homem está deitado realizando uma manobra acrobática, enquanto uma mulher, à esquerda, se prepara para iniciar um passo. Ambos acrescentam movimento e energia à composição.

A xilogravura celebra a diversidade cultural brasileira, retratando o encontro entre o repente e o rap como uma competição amigável e cheia de expressividade. O sol, ao centro, conecta os elementos e simboliza a união e a vitalidade dessas manifestações artísticas.

Basquete de improviso
Xilogravura, Nino Soares

Basquete de Improviso

A xilogravura em preto e branco, intitulada Basquete de Improviso, retrata uma cena lúdica e criativa à beira-mar. No lado esquerdo da composição, um coqueiro domina a paisagem, com suas folhas curvas e imponentes. Logo abaixo, uma vegetação rasteira complementa o cenário natural. Um detalhe curioso e inventivo se destaca: um aro de basquete improvisado está preso ao tronco do coqueiro, sugerindo um uso inesperado da árvore para a prática esportiva.

No centro da cena, o mar se estende ao fundo, marcado por ondas que dão movimento à imagem. Um pequeno barco navega ao longe, reforçando o ambiente praiano. No alto, um sol brilhante com raios intensos ilumina a composição, acentuando a vivacidade do cenário.

À direita, um personagem aparece em ação. Usando boné, camiseta listrada, shorts e tênis, ele segura um coco verde com um canudo, preparando-se para arremessá-lo em direção ao aro, como se fosse uma bola de basquete. Seu corpo inclinado e seus braços erguidos indicam concentração e esforço na tentativa do arremesso. Atrás dele, um cacho de cocos reforça a ambientação tropical.

Abaixo do aro, o chão apresenta linhas sinuosas que sugerem os movimentos da areia, acrescentando dinamismo à cena. A obra transmite um tom divertido e imaginativo, exaltando a criatividade ao transformar elementos naturais em uma brincadeira esportiva.

Breakdance
Xilogravura, Nino Soares

Breakdance

A obra é uma xilogravura popular em preto e branco que celebra a cultura hip-hop, com traços expressivos e elementos simbólicos.

No centro da imagem, um dançarino de rua está em destaque, equilibrando-se em uma pose acrobática sobre um tablado quadriculado. Ele está de costas, apoiado em uma das mãos, enquanto segura o boné com a outra. A posição dinâmica e os detalhes da roupa reforçam o movimento e a energia da cena.

Acima do dançarino, um grande sol irradia seus raios, ocupando boa parte do fundo da composição. Entre os raios, vemos pássaros em voo, com um deles posicionado bem à frente do sol, simbolizando liberdade e expressão.

À esquerda, temos a representação de um toca-discos estilizado, que conecta a imagem diretamente ao universo musical do hip-hop. No fundo, a palavra "HIP HOP" aparece repetida em letras grandes, destacada contra um muro de tijolos que compõe o cenário.

Essa xilogravura combina elementos visuais do breakdance, da música e da cultura urbana, celebrando o dinamismo e a força expressiva do hip-hop.

Xi, Deu zebra
Xilogravura, Nino Soares

Xi, deu zebra

A xilogravura "Xi, deu zebra" apresenta uma cena de humor e crítica por meio de uma charge visual. No centro da composição, uma zebra senta-se dentro de uma carroça, enquanto um homem, que deveria ser o condutor, acaba puxando o veículo no lugar do animal. O contraste inusitado da situação cria uma inversão de papéis, gerando uma leitura cômica e irônica.

A expressão popular "Deu zebra" – amplamente difundida nos anos 80 e 90 em um programa de loteria esportiva – aqui nessa gravura é reforçada pela cena absurda, onde a zebra, em vez de puxar a carroça, se torna passageira e faz o carroceiro realizar o esforço. O homem, representado com um chapéu e vestes simples, transmite uma expressão de esforço e surpresa diante da situação.

Ao fundo, um cenário rural se desenha com casas de telhado inclinado, cercas de madeira e palmeiras, compondo um ambiente típico de regiões interioranas. No céu, um sol radiante ilumina a paisagem, enquanto as linhas expressivas conferem dinamismo à cena.

Dentro da carroça, além da zebra sentada confortavelmente, há também uma mulher segurando um leque, o que adiciona um elemento extra de humor e crítica. A cena brinca com a inversão das expectativas, utilizando a xilogravura como meio para transmitir uma crítica bem-humorada sobre papéis sociais e situações inusitadas.

hip hop
Xilogravura, Nino Soares

Hip Hop

A obra retrata um dançarino de breakdance em um movimento expressivo, capturando a energia e a dinâmica da cultura Hip Hop. A figura, vestida com roupas largas, um boné e tênis característicos, ocupa o centro da composição em uma postura inclinada, com um braço estendido para cima e o outro dobrado próximo ao corpo, evidenciando o movimento e a fluidez da dança.

Ao fundo, a palavra "Hip Hop" aparece em destaque, cercada por raios que irradiam de trás da figura, sugerindo um efeito de iluminação e impacto visual, como se a dança fosse uma manifestação poderosa e expansiva. A parede de tijolos e as caixas de som laterais reforçam o ambiente urbano, remetendo às origens do movimento Hip Hop nas ruas e periferias.

Os traços fortes e contrastantes da xilogravura dão intensidade à cena, destacando o dançarino como a peça central da composição. A obra celebra a cultura Hip Hop como um símbolo de expressão, resistência e identidade, representando a força da arte de rua e sua conexão com a juventude.

seca no nordeste
Xilogravura, Nino Soares

Seca no Nordeste

A obra retrata a dura realidade da seca no sertão nordestino. No primeiro plano, duas mulheres caminham carregando baldes de água, representando a luta diária pela sobrevivência diante da escassez hídrica. Suas roupas simples, os pés em sandálias e os rostos voltados para frente indicam a resistência e a persistência no enfrentamento das dificuldades.

No lado direito, um poço aparece seco, simbolizando a falta de água, um dos maiores desafios da região. Ao fundo, uma casa humilde com uma porteira e uma cerca de madeira reforçam a ambientação rural.

A paisagem árida domina a cena, com árvores retorcidas e secas, transmitindo a sensação de um solo castigado pela estiagem. No topo de um monte, um urubu pousado sobre uma estrutura observa a cena, possivelmente representando a morte e a devastação causadas pela seca.Parte inferior do formulário

A lua cheia no céu ilumina a paisagem, trazendo um contraste entre a escuridão e a claridade, reforçando o tom dramático da composição. A xilogravura sintetiza, de maneira impactante, a resistência do povo nordestino diante das adversidades impostas pelo clima.

Galeria

tem xilogravura na caso do hip-hop

Recursos para a realização desse projeto: Lei Paulo Gustavo no Município de Diadema (2024)

Realização